quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Melancia ou acelga ?

Há quanto tempo heim??? RS... Estava numa dessas viagens em torno de mim mesmo, no meu subconsciente.
E sabem em que conclusão eu cheguei?
Nenhuma!!! Kkkkkkkkkkkkkkkkkk...
Estava eu lendo um dos milhares email que recebo, pensei que não poderia deixar de colocá-lo no blog e sim buscar a opinião de todos com relação à questão que é abordada.
Não posso deixar de agradecer a todos por me colocarem em suas listas de email, que por acaso são assaz pertinentes.
Outro não é claro.
Segue artigo que recebi e guardei e achei o momento ideal para posta-lo aqui para todos vocês!
Fiquem à vontade e apreciem com moderação.




A Playboy sempre se notabilizou por descobrir mulheres, famosas ou não, e cobrir assuntos inusitados. E também por excelentes entrevistas - talvez por estarem falando para uma revista de mulher pelada as pessoas desnudavam o verbo. Sei lá. O fato é que realmente eram boas. Tudo isso, junto a algumas paradas no distrito policial (drogas, aliciamento de menores, e a morte misteriosa de uma coelhinha), fizeram a mística da revista nos Estados Unidos. Mística que se espalhou para o mundo.


Aliás, lembro de ver a Playboy numa banca em Nova York sem aquele plástico que a envolve aqui no Brasil; na hora pensei que metade da graça se perdia: o bom era despir a revista, como se aquilo aumentasse, digamos, a experiência tátil; afinal, a Playboy sempre se valeu dos esforços solitários de adolescentes de todas as idades.


No Brasil, desfilaram pelas capas da revista as melhores e mais vistosas mulheres dos últimos trinta anos. Semana passada, porém, a Playboy pôs na capa pela terceira ou quarta vez no ano a Mulher Melancia. Quem? Houve protestos em blogs. Especialmente os que as mulheres escrevem. Como assim DE NOVO essa fruta? Quatro vezes na Playboy? Mas que decadência. E, me disse uma amiga, amarga e revoltada: mas essa Melancia é uma gorda!


Ahá, esse é o ponto. É uma gorda. Ninguém nem lembra da cara dela direito - só da melancia, apelido dado àquela bunda imensa e lustrosa; no caso, impressa em papel couché.


Mas o protesto das meninas parece não adiantar pois, surpresa, quem compra as revistas masculinas são os homens.


E a Playboy, lendária pelo seu erotismo/cabeça, desistiu de tentar influenciar o padrão e o gosto da rapaziada. Se o que vende é melancia, tome melancia. Assunto esse que vale para outros temas, e em outras revistas.A maioria das publicações hoje em dia procura saber o que o consumidor quer "antes" de publicar. Os editores reduzem o faro jornalístico - do qual dependiam para elaborar uma manchete, eleger uma capa - e no lugar dele, habituados que estão em receber pesquisas e orientações do mercado, acabam por desistir da caça à novidade. Como cães de madame que não sobrevivem sem ração de pacote.


Mas claro, as bancas também dispõe de revistas direcionadas ao público feminino. Nas capas dessas revistas há sempre mulheres esbeltas - nada, mas nada mesmo que se pareça com a Melancia. E todas trazem sugestões de como seduzir os homens; em especial com dicas de dietas. Seria um paradoxo, não fosse pelo fato de ser mentira. Especulo que, no fundo, as mulheres não se vestem, nem se maquiam, nem emagrecem por causa dos homens. As mulheres fazem isso por uma outra e fundamental razão: causar inveja nas outras mulheres.


Se os caras da Playboy levarem isso em consideração, é possível que o próximo número da revista traga na capa a Mulher Acelga.





José Pedro Goulart é cineasta e jornalista.